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EDUCAÇÃO é coisa séria!


Qual é o papel da escola? 

“Para que servem as escolas”?



Eis uma intrigante questão levantada pelo Prof. Lauro de Oliveira Lima (Petrópolis, Ed. Vozes Ltda.). 
Pensam alguns que compete a escola somente transmitir conhecimentos. Com um trabalho enfaticamente conteudista, houve um tempo em que os professores eram até confundidos com “enciclopédias ambulantes”. Felizmente, este tempo passou! Hoje, por exemplo, respeitam-se as habilidades e inteligências dos alunos, os currículos priorizam a formação integral da pessoa, os conteúdos são inter ou multidisciplinares, a aprendizagem acontece de forma interativa, o ensino é híbrido e as salas invertidas ou gameficadas.

Mais do que transmitir conhecimento, a escola é um espaço que fomenta a aprendizagem para toda a vida. Na vivência escolar, o educando aprende a responder aos desafios da vida preparando-se para as suas tomadas de decisões. Assim, a criança inicia um processo de socialização desde a mais tenra idade e que a capacitará para conviver com as mais diferentes situações da vida. A partir desta concepção de vida é possível reduzir os preconceitos e discriminações que acabrunham a nossa sociedade. Esta rica experiência proporciona a constituição de uma sociedade mais justa onde convivem cidadãos livres e responsáveis.

Na escola, a criança precisa aprende a lidar com pessoas e opiniões divergentes e até controversas. Também enfrenta situações novas e complexas que fortalecem as suas vivências futuras. E ainda desenvolve uma visão crítica e construtiva da sociedade.

Compete a escola também trabalhar a autonomia da criança. E quando respeitadas as suas características e potencialidades oportuniza a construção de sua independência para ajudá-la a escrever a própria história de vida. Neste aspecto a escola não pode “formar”, no sentido de “colocar o aluno numa forma” e moldá-lo como se faz na produção em série das indústrias. Mas sim, prepara-lo bem para viver uma vida feliz e equilibrada.

Todos precisam aprender a respeitar as regras da vida. Integra o processo educacional a definição de limites. Disciplina gera equilíbrio pessoal e comunitário. Significa dizer que a corrente da “liberação geral” está se rompendo. No entanto, ninguém (nem mesmo os pais!) tem o direito de interferir em alguns aspectos da personalidade e identidade da criança. No máximo o que os educadores fazem é monitor ou orientar os seus passos, porém oportunizam às crianças VOAR com as suas próprias asas - isto acontece no tempo certo, na melhor hora, em seu processo de maturidade.

Então, a escola é (ou deveria ser) o lugar ideal de se preparar para a vida. Afinal, educação é coisa séria! E a escola também!

* Prof. EMERICK
Tel.: (11) 9 9804.6650



(Publicado originalmente no jornal "TRIBUNA DE LAVRAS", Lavras, MG; e Correio do Sul, de Varinha, MG)

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